Em honra do Mês da História da Mulher e do Dia Internacional da Mulher, celebramos todas as mulheres fortes que conduzem as empresas ao sucesso. Estas líderes desafiam o status quo e provam que a realização empresarial pode ser equitativa e inclusiva.
Atualmente, as mulheres representam 32% dos quadros superiores a nível mundial, contra apenas 19% em 2004. Trata-se de uma trajetória encorajadora, mas que está longe de corresponder a uma distribuição equitativa do género nos cargos executivos. A ONU estima que a paridade nas empresas só será alcançada daqui a 140 anos.
À medida que as mulheres continuam a marcar presença nos mundos empresarial e político, vale a pena analisar o seu impacto positivo nas empresas e organizações para as quais trabalham e nos colaboradores que trabalham para elas. Também podemos aprender algo com estas líderes, especialmente no que respeita à comunicação.
As vantagens das mulheres líderes
As mulheres são vistas como líderes altamente competentes em todos os aspetos, incluindo iniciativa, desenvolvimento, integridade e motivação. Não se trata apenas de características pessoais; elas incentivam estas qualidades nas equipas que lideram.
Estudos mostram que as organizações com maior equidade de género ao nível da liderança têm vantagens tangíveis:
Satisfação dos trabalhadores
As mulheres estão a liderar a transição para um local de trabalho mais solidário e inclusivo, sendo que estas líderes têm duas vezes mais probabilidades do que os homens de dedicar tempo substancial a iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Investem mais energia na gestão eficaz das pessoas e na aliança, incluindo o desenvolvimento de um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional para si próprias e para os seus colaboradores. As mulheres supervisoras promovem o bem-estar dos seus funcionários, nomeadamente através de visitas regulares, ajuda com o volume de trabalho e orientação. A orientação de mulher para mulher é fundamental para estabelecer um canal para a equidade na direção executiva.
Resiliência
As mulheres na liderança também estão associadas à resiliência às crises nos setores público e privado. Os países liderados por mulheres tiveram melhores resultados durante a COVID-19, adotando políticas mais proativas e coordenadas em resposta à pandemia. Isto pode dever-se, em parte, ao facto de as mulheres se basearem mais numa lógica de eficácia, utilizando de forma criativa os recursos existentes para serem bem-sucedidas. Estas líderes foram flexíveis e engenhosas durante e após a pandemia, adaptando estilos e ferramentas de trabalho ao novo normal.
Rentabilidade
As mulheres CEOs podem representar apenas uma pequena minoria na lista da Fortune 500, mas estão a levar as suas empresas a maiores lucros. Oitenta e sete por cento das 500 maiores empresas com uma mulher tomadora de decisões reportaram lucros acima da média em 2021, apesar da pandemia e de outros desafios económicos. A inclusão de mulheres na direção aumenta também o valor comercial a longo prazo. Dois anos após a entrada de uma mulher no cargo de CEO, as empresas registaram um aumento de 20% no preço das ações, enquanto as empresas com mulheres CFO tiveram um aumento de 6% na rentabilidade e um retorno das ações 8% maior.
As mulheres são não só líderes compassivas, empáticas e inclusivas, como tendo uma maior igualdade de género na gestão acaba por tornar toda a organização mais bem sucedida.
Lições de Comunicação das Mulheres Líderes Mundiais
Temos a sorte de viver num período em que um número recorde de mulheres ocupa cargos de autoridade e usa a sua influência para mudar o mundo para melhor. Eis algumas lições de comunicação que podem ser aprendidas com os seus estilos de liderança.
1. Liderar com Empatia, Autenticidade e Transparência
Quando Jacinda Ardern se tornou Primeira-Ministra da Nova Zelândia em 2017, teria sido impossível prever os desafios que iria enfrentar. Não só demonstrou firmeza na tomada de decisões em resposta aos ataques terroristas e à pandemia de COVID-19, como também comunicou as razões das suas escolhas.
Através de conferências de imprensa e transmissões em direto, Ardern expressou empatia pelo povo da Nova Zelândia, reforçando simultaneamente a importância das ações do seu governo. Ao anunciar a sua demissão em janeiro de 2023, ganhou respeito pela sua abertura em relação à responsabilidade e ao esgotamento.
Os líderes de todas as indústrias podem olhar para Ardern como um exemplo de como liderar com força e humanidade. Seja fazendo um anúncio para toda a empresa pessoalmente ou numa chamada por vídeo, expressar empatia e transparência pode transformar uma decisão potencialmente controversa num apelo unificador à ação.
2. Forneça Apoio e Recursos para a Saúde Mental
Karen Lynch é a diretora-geral da CVS Health e uma das 53 mulheres que lideram uma empresa da Fortune 500. Como diretora de uma grande empresa de saúde durante a pandemia, estava particularmente consciente do impacto que o isolamento e a incerteza tinham no bem-estar mental.
Lynch centrou-se no bem-estar mental holístico, salientando que os supervisores devem falar abertamente sobre saúde mental e fornecer apoio e recursos aos seus colaboradores. Destacou a elevada importância de estabelecer ligações com trabalhadores remotos e híbridos e o impacto positivo da partilha de histórias pessoais.
Os colaboradores de hoje querem trabalhar para empresas onde a sua saúde mental é uma prioridade. Iniciar uma conversa sobre o bem-estar mental pode acontecer a qualquer altura, mas os supervisores têm de dar seguimento à conversa para dar aos seus trabalhadores a ajuda de que necessitam. Criar um tópico de equipa para apoio entre pares ou publicar guias de bem-estar numa pasta partilhada pode ser um excelente começo para normalizar as conversas sobre saúde mental.
3. O sucesso Vem da Cooperação
Como presidente do Banco Central Europeu e antiga diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde compreende o valor acrescentado que as mulheres líderes trazem a um campo dominado pelos homens. Além disso, ela sabe como é importante que as mulheres se apoiem mutuamente nas suas carreiras.
Ao contrário de Lagarde, a maioria das pessoas não tem o presidente da Comissão Europeia ou outros chefes de Estado na marcação rápida. Mas cada líder pode pôr de lado o seu ego e concentrar-se no desenvolvimento de relações que façam sobressair os pontos fortes de cada um.
As linhas de comunicação devem ser livres e fáceis, para que os colegas se sintam à vontade para trabalhar em conjunto e partilhar ideias. É mais provável que as mulheres prefiram o trabalho híbrido ou remoto, pelo que cabe aos gestores certificarem-se de que sentem que as suas vozes são ouvidas, mesmo que não estejam presencialmente.